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Crítica - Era Uma Vez Em...Hollywood ( Por Junior Fernandez )

homem Aranha

Por Junior Fernandez

Amigos da Sétima Arte!

Vamos falar de Hollywood?

Esta cidade mágica onde se respira cinema e tudo pode acontecer, sempre foi e ainda é palco de inúmeros feitos e durante muito tempo era a meca das produções milionárias de filmes e seriados de TV, principalmente na décadas de 60 e 70, muitas histórias abalaram os pilares da arte e cultura americana, porém umas ficaram mais marcadas do que outras.

É exatamente uma parte importante desse período marcado na história dos Estados Unidos como contracultura (um movimento de contestação de valores onde a juventude era maioria) é o pano de fundo para a narrativa de Era Uma Vez Em...Hollywood (Once Upon a time...in Hollywood), o 9⁰ filme do excepcional diretor Quentin Tarantino, que mais uma vez faz a mistura de ficção com realidade para contar a sua versão de uma história que abalou a cultura Americana. 

Sei que muitos irão assistir o filme pela simples fama dos seus protagonistas e de seu elenco, até mesmo pelo frisson do renome do diretor, porém é bom ressaltar que a base do filme é uma tragédia, o assassinato da atriz em ascensão, Sharon Tate, pela seita satânica criminosa de Charles Manson denominada por ele como "A Família".

Seremos apresentados ao ator Rick Dalton (Leonardo DiCaprio) e seu amigo e fiel e dublê Cliff Booth (Brad Pitt), Rick está em um momento difícil em sua carreira, os papéis estão cada vez mais escassos para ele nas telas, até mesmo nas produções de seriados televisivos, entra no circuito o agente conselheiro Marvin Schwarzs (Al Pacino) que surge com a hipótese dele modificar sua carreira e estrelar grandes produções na Itália, porém Rick ainda tem seu prestígio e orgulho, têm o seu carrão, com seu motorista particular, mora em sua mansão, é vizinho do famoso diretor polonês Roman Polanski (Rafal Zawierucha) e de sua noiva a atriz Sharon Tate (Margot Robbie), como aceitar toda essa mudança se em um simples contato com um vizinho a sua vida toda pode mudar?

Um filme cheio de referências a cultura da época, personagens reais recriados magistralmente por magníficos atores, vide Mike Moh que reencarna Bruce Lee, e Damian Lewis está caracterizado de forma perfeita sendo o Steve McQueen, sem contar as participações de Timothy Olyphant que faz o cowboy James Stacy, Nicholas Hammond que interpreta o ator e diretor Sam Wanamaker e a última aparição de Luke Perry nos cinemas antes de sua morte, ele vive o ator Wayne Maunder, também muito conhecido nos seriados de TV da época, e Bruce Dern, que substituiu Burt Reynolds após seu falecimento, vivendo o velho George Spahn, proprietário do rancho que abrigou "A Família", que destaco Tex Watson (Austin Butler), Lulu (Victoria Pedretti) e Squeaky (Dakota Fanning), e não esquecendo do sombrio Charles Manson vivido por Damon Herriman (que reprisa seu papel na série MindHunter).

Elenco não falta no filme, tanto que o diretor carinhosamente os chama de A Gangue, aparições de Michael Madsen, Kurt Russell, Emile Hirsch, James Marsden, Harley Quin Smith entre outros. 

O que dizer deste escritor e diretor que têm sua marca exclusiva com seus diálogos ácidos, sua visão única, enquadramentos e recriações de cenários inigualáveis, fora as inserções dos seus atores nos filmes clássicos que soam melhor do que qualquer homenagem. 

É claro que não poderia faltar uma trilha sonora de clássicos; Simon & Garfunkel, Bob Seger, Roy Head & The Traits, Paul Revere & The Raiders, Joe Cocker, Neil Diamond, Rolling Stones, Deep Purple e inúmeras canções que vão virar a playlist favorita para muitos cinéfilos.

Se você vai assistir o filme sem referência nenhuma, te garanto que será surpreendido com um final apoteótico, diversão garantida. Resumindo com uma única definição: Tarantinesco!

Ps: E como diria a letra da singela canção de Mc Bill em O Rap do Mentiroso: 
"A famosa capoeira na Bahia eu ensinei! Dei pernada no Bruce Lee, quebrei o braço do Cassius Clay! É, pois é! Não vem que não tem, você diz que bateu em dez. Eu bati em mais de cem!"


Nota 10

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