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Crítica - Coringa ( Por Edmo Jr. )

homem Aranha

Por Edmo Jr.

Enfim o tão aguardado Coringa (Joker), chega aos cinemas, dirigido por Todd Phillips e estrelado por Joaquin Phoenix, o filme conta a origem (uma história original, apesar de tantas versões de sua origem nos quadrinhos) de um dos vilões mais icônicos da DC Comics.

Arthur Fleck (Phoenix), que sonha em ser uma estrela da comédia, é um comediante falido que vive com sua mãe, Penny (Frances Conroy), em uma Gotham City à beira do caos no fim dos anos 70, início dos 80. Todos os dias, Arthur esbarra em um novo motivo para desistir, seja a violência das ruas ou o abismo entre as classes sociais e a desigualdade em Gotham. Arthur mesmo com seus problemas, procura uma saída.

O destaque no elenco, é óbvio, é Phoenix, além de todo trabalho físico (perder mais de 24 quilos), a interpretação de Phoenix é angustiante (assista o filme),  a risada, ou risadas criadas pelo ator, são a cereja do bolo na atuação de Phoenix, respeitando o legado do personagem interpretado por Jack Nicholson e Heath Ledger. Um indivíduo com sérios distúrbios tentando sobreviver em meio ao caos, descobre uma maneira de superar seus problemas, mas não da maneira como se espera, é claro, já que Arthur se tornará o Coringa. O que faz da interpretação de Phoenix algo tão espetacular, é a empatia que faz você sentir pelo personagem, sim, raros são os casos em que se pode sentir isso por um vilão (tente contar nos dedos quantas vezes isso aconteceu), mas os motivos que o levam ao limite são reais. Você assiste a construção de um dos melhores vilões dos quadrinhos de uma maneira numa vista antes, chegando ao ponto de você torcer por ele e até vibrar quando ele comete suas "atrocidades".

O elenco também conta com Robert De Niro como Murray Franklin, apresentador de TalkShow, do qual Arthur é fã, De Niro, dispensa comentários, Zazie Beetz interpreta Sophie Dumond, vizinha de Arthur, apesar do pouco tempo de tela, cumpre seu papel na história do personagem. Brett Cullen como Thomas Wayne também tem seu papel na história de Arthur.

A ambientação não poderia ser melhor, a fotografia, trilha sonora, tudo remete aos clássicos da época, dito pelo próprio diretor, as influências dos filmes de Martin Scorsese estão lá. A trilha sonora de Hildur Guðnadóttir, é tão angustiante quanto a história do personagem, e cresce com a tensão em cena, fantástica.

Apesar de sua história original, Coringa é fundamentado nos quadrinhos, com algumas cenas icônicas, algo lindo de ser ver, todos os elementos dos quadrinhos estão lá. É a desconstrução de um indivíduo e a construção de algo maior, com este tendo todos os motivos para desistir, e encontrar no caos uma saída que subverte seus valores, esse é o tema de Coringa.

Com um roteiro co-escrito por Phillips e Scott Silver, Coringa é o tipo de filme que ninguém pediu, mas que agradará os fãs dos quadrinhos, e não fãs também. A direção de Phillips, que aqui está bem distante de sua zona de conforto (suas comédias), é impecável, e digna pelo menos de uma indicação em futuras premiações, assim como a atuação de Phoenix

Dito isto, eu, como fã de quadrinhos, e um dos que achava o filme desnecessário (além de não fazer parte do Universo DC nos cinemas), mas curioso por assistir, recebeu um grande presente com Coringa.

PS: Coringa é violento (censura 16, poderia ser 18, mas...), não é o tipo de filme em que se deve levar crianças esperando ver o Batman aparecer.


Nota 10

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